Lançamento de Livros

LANÇAMENTO DE LIVROS: RECEBIMENTO DE PROPOSTAS ATÉ DIA 20/08.

Requisitos para participar do lançamento de LIVROS

1. As obras devem ser de 2014, 2015 ou 2016.

2. As obras devem tratar de temas relacionados aos assuntos geradores do evento, religião/religiosidades  e violências.

3. As pessoas interessadas devem submeter resumo (até 400 palavras) da publicação, acompanhado de referência sobre a obra, imagem da capa em JPG, JPEG ou PNG (tamanho máximo da imagem de 10MB).

4. Enviar para: secretaria.conacir@gmail.com


LIVROS A SEREM LANÇADOS NO II CONACIR





SILVEIRA, Emerson; COSTA, Waldney (Orgs.). A polissemia do sagrado: os desafios da pesquisa sobre religião no Brasil. São Paulo: Fonte Editorial, 2015. 162 p. ISBN 978-85-68252-75-8.

Este livro surgiu da reunião de textos preparados para os debates que aconteceram na 3ª Semana de Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), evento anual realizado por discentes do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião (PPCIR) dessa universidade, que teve apoio e incentivo do corpo docente e da coordenação do Programa. Para essa edição, realizada entre os dias 6 e 9 de outubro de 2014, o tema norteador foi A Polissemia do Sagrado: interfaces entre diferentes formas de conhecer e interpretar fenômenos religiosos.  Durante quatro dias, pesquisadores de diferentes regiões do país discutiram os múltiplos sentidos suscitados por fenômenos religiosos. Os discursos dos palestrantes destacaram o caráter polissêmico da religião enquanto fenômeno, sem perder de vista, no entanto, o fato de ser um tema de pesquisa que suscita o interesse de pesquisadores de diversas matrizes disciplinares. Tal situação confere um ar de polissemia também aos estudos acadêmicos sobre o assunto; afinal, um trabalho pode ser significativamente revelador de uma dimensão do tema na mesma medida em que oculta outra. Essa dupla polissemia da religião, como fenômeno humano e como tema de pesquisa, desafia de diferentes formas quem procura aprofundar seu conhecimento sobre o assunto. Sendo assim, cada capítulo aqui compilado comenta, de alguma forma, questões pertinentes a esse desafio no Brasil.





Coleção Cadernos de Animagogia
A Coleção é produzida pela ONG Círculo de São Francisco, criada na cidade de São Carlos, em 2003,  e visa a difusão da cultura de paz, a valorização da diversidade religiosa e da relação saúde e espiritualidade, dentro de uma perspectiva de educação popular. Entre os anos de 2015 e 2016 foram lançados 4 publicações:
1 - Animagogia: Educação Espiritual para um mundo em regeneração
sinopse: a publicação apresenta os pressupostos da Animagogia, o processo educativo criado pela ONG Círculo de São Francisco e que visa despertar os atributos do Homo spiritualis na vida cotidiana;

2 - Umbanda manifestação cultural pós-moderna
sinopse: a publicação apresenta um instigante estudo de espiritologia, ou seja, de história oral com um suposto espírito. Em 32 horas de entrevistas,  pai Joaquim de Aruanda, que se manifesta através do médium Firmino José Leite, aborda o que chamou de "bastidores" da umbanda.

3 - Os símbolos do reiki e seus ensinamentos morais
sinopse: Este caderno, também utilizando os recursos da espiritologia, supostos espíritos abordam o papel dos símbolos do reiki, expondo que eles apenas indicam o grau de compreensão espiritual do praticante, sem nenhuma relação com envio de energia.

4 - Terapia Vibracional Integrativa
sinopse: A publicação apresenta os princípios e as técnicas do TVI, uma proposta terapêutica que integra práticas de Chi Kung, Meditação e imposição das mãos. Ela foi sistematizada na ONG Círculo de São Francisco e ensinada, gratuitamente, na educação popular, para agentes comunitários, animadores culturais e outros interessados, capacitando mais de 4 mil pessoas no Brasil e em Portugal.

Adilson Sanches Marques
Doutor em educação pela USP e pós-doutorando na UFSCar na linha de pesquisa Práticas Sociais e Processos Educativos





MEDRADO, Lucas. Cristianismo e Criminalidade - adesão de bandidos ao universo cristão pentecostal. São Paulo: Fonte Editorial, 2016.

O livro é fruto da dissertação de mestrado em ciências da religião defendida na Universidade Metodista de São Paulo (2015), que preocupou-se em analisar as relações de bandidos e ex-bandidos com o pentecostalismo na Assembleia de Deus Fortificada em Cristo (ADFEC), situada na favela Jardim São Jorge, periferia da Cidade Ademar, região Sul da capital de São Paulo. Interessou-nos compreender as interações desses agentes e de qual maneira a igreja desempenhou seu trabalho em um espaço pentecostal. A pesquisa, teve como objetivo fundamental, examinar as aproximações da criminalidade e o pentecostalismo indicando suas rupturas e características peculiares. O trabalho de campo se dedicou em coletar dados que indicassem a atuação da ADFEC juntos aos agentes do crime, e em que medida a filiação religiosa dos agentes ganhava importância. Por fim, buscamos refletir sobre a adesão de bandidos e ex-bandidos ao pentecostalismo e a influência dessa adesão no cotidiano da comunidade.





MARTINS, Cristiane. Cura espiritual: a experiência dos não espíritas no nosso lar. Montes Claros. Unimontes, 2014.

O presente trabalho é uma analise da experiência de frequentadores não espíritas que buscam a cura espiritual como um caminho para resolver seus problemas, físicos, psíquicos e espirituais. A pesquisa foi realizada na Instituição Espírita de Caridade Nosso Lar na Cidade de Montes Claros, no norte de Minas Gerais. Procurou-se explorar na pesquisa o impacto da cura espiritual vista por pessoas que não se declaram espíritas, mas que usufruem da cura espiritual como solução para resolver seus problemas. Não se pretendeu com a pesquisa evidenciar o espiritismo, mas sim mostrar quem são as pessoas que fazem uso de tratamentos espíritas, sejam elas pertencentes ou não a algum credo religioso. O que importou foi entender a visão das pessoas que buscam pela cura espiritual não sendo espíritas.  Com base nos objetivos propostos, foram analisadas três questões principais: o motivo que levou os não espíritas até a Instituição Espírita de Caridade Nosso Lar; as mudanças percebidas por eles em sua fé; e a necessidade de saber se a cura espiritual realmente trouxe algum benefício às pessoas que procuraram estes meios alternativos e se o tratamento recebido provocou nelas mudanças religiosas e ou espirituais. Para tanto a pesquisadora valeu-se de um questionário especialmente desenvolvido para essa investigação, aplicado a cerca de 40 não espíritas que frequentaram o centro espírita em estudo durante os anos de 2013 e 2014, sendo feita uma leitura critica dos dados surgidos do levantamento das respostas ao questionário.

  



COSTA, Matheus Oliva da. Daoismo tropical: a transplantação do Daoismo ao Brasil. São Paulo: Fonte Editorial, 2016.

O Daoismo, mais conhecido em português como Taoísmo, é uma religião de origem chinesa. Foi institucionalizada no século II da Era Comum, no final da dinastia Hàn (汉朝 hàncháo). Observamos três ondas de contato cultural da cultura daoista no Brasil: 1) Elementos avulsos e indiretos chineses (séc. XIX-1960); 2) divulgação explícita de elementos daoistas de maneira informal (1960-); 3) difusão por imigrantes taiwaneses e linhagens daoistas institucionalizadas (1970-). Abordamos nesta obra um grupo daoista específico pertencente a tradição正一 Zhèngyī Ortodoxa Unitária (também chamados de 天师Tiānshī Mestres Celestiais), institucionalizada como Sociedade Taoista do Brasil (STB) e Sociedade Taoista SP (ST-SP). O objetivo aqui foi analisar o processo de transplantação do Daoismo ao Brasil através dessas instituições. Aliamos nossa metodologia de pesquisa de campo com um quadro teórico composto pela teoria da transplantação das religiões, da Matriz Religiosa Brasileira e do hibridismo cultural. Nossa hipótese central é que na STB e ST-SP o Daoismo seria cada vez mais um resultado híbrido da matriz religiosa brasileira e de um modelo ideal de daoista ligado à China. Através da nossa análise teórica baseada nos dados empíricos mostramos a validade e alcance da nossa hipótese central.





SILVA JR., Oswaldo V. Deus na escola pública: a polêmica do ensino religioso no Brasil. São Paulo: Reflexão, 2015. 96p.

Nesta obra, o historiador fluminense Oswaldo Viana Jr. oferece aos leitores uma arguta comparação entre dois ilustres autores pátrios: o pastor batista João Filson Soren (1908-2002) e o padre jesuíta Leonel Franca (1893-1948), que escreveram – a partir de posições opostas entre si – sobre o tema do ensino religioso em escolas públicas no Brasil, nos anos 30 e 40 do século passado. Precedida por um valioso resumo histórico da presença em território brasileiro dos grupos religiosos que esses autores representam (batistas e católicos, respectivamente), e enriquecida com um panorama dos debates parlamentares sobre a questão, essa comparação fornece um ângulo privilegiado através do qual se pode analisar a questão do relacionamento entre o poder civil e as instituições eclesiásticas – ou seja, entre o Estado laico e a Igreja –, além da mentalidade de um grupo protestante minoritário no Brasil. A conclusão da obra é instigante: “O desafio da liberdade”.






FERNANDES, Ana Paula Cerqueira; ROBERTO, Joanna de Angelis Lima ; OLIVEIRA,Luiz Fernandes de.(Orgs). Educação e axé: uma perspectiva intercultural na educação. 1ªEd. R.J. : IMPERIAL NOVO MILÊNIO GRÁFICA E EDITORA LTDA, 2015. 232 p. : il. ; 21 cm.

obra em questão desvela o quanto a ideologia racista se mantém viva na atualidade através de presenças (cultura do colonizador) e ausências curriculares (cultura dos colonizados).Desnuda o processo de imposição cultural a que são submetidos estudantes de origem africana, indígena e de outros grupos em situação de marginalidade, por meio de um conjunto de padrões e conhecimentos tidos como universais, de caráter monocultural, que desconsidera a legitimidade das suas cosmovisões, saberes, valores e práticas sociais. Demonstra que, apesar da obrigatoriedade legal para inclusão no currículo oficial da rede de ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, contida nas Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, as temáticas não foram incorporadas de maneira satisfatória nos projetos políticos-pedagógicos da maioria das escolas analisadas. Isso porque as atividades realizadas assumem um caráter mais comemorativo e efetivamente pouco contribuem para a inclusão da história e cultura afro-brasileira no rol dos conhecimentos da cultura escolar, sobretudo, quando se trata das religiões de matriz africana - tema interdito em grande parte das instituições educativas.







POZZER, Adecir;PALHETA Francisco Sales;PIOVEZANA Leonel e HOLMES Maria José Torres (Orgs). Ensino Religioso na Educação Básica: Fundamentos epistemológicos e curriculares. Florianópolis: Editora Saberes em Diálogo, 2015.
O trabalho desempenhado pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) ao longo das últimas duas décadas o instituíram como instância de representação e referência no Brasil quanto à promoção do Ensino Religioso não confessional na escola, conforme assegura a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 33 (1996). A presente obra representa mais um esforço do FONAPER em contribuir no processo de consolidação do Ensino Religioso, enquanto uma das áreas de conhecimento da Educação Básica e componente curricular do Ensino Fundamental, a contribuir na promoção dos direitos de aprendizagem dos estudantes oportunizando o acesso aos conhecimentos da diversidade cultural religiosa, sem proselitismo. Ao apresentar aspectos das recentes discussões relacionadas à definição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o livro “Ensino Religioso na Educação Básica” intenta apresentar fundamentos epistemológicos e curriculares aos pesquisadores, acadêmicos, gestores educacionais, professores e demais profissionais da educação.





Referência: HORTEGAS, Monica. Mandalas e sua importância na obra de Carl G. Jung. São Paulo: Fonte Editorial, 2016.

A presente obra é fruto de uma pesquisa de mestrado, realizada no Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora sob a orientação do professor doutor Sidney Vilmar Noé. Estudar o conceito mandala na obra de Carl Gustav Jung, exige sair do lugar comum dos caderninhos para colorir e das tatuagens para mergulhar no universo denso de tradições religiosas, reflexões psicológicas e da própria história da humanidade como um todo. Na psicologia da mandala está a grande chave para se responder à pergunta que o próprio Jung nos colocou:  - “Você se refere ou não ao infinito”? O delicado caminho que a mandala nos presenteia não é uma reta, mas uma linha que serpenteia e que exige de nós o que mais tememos – a totalidade.  Uma totalidade que, no entendimento do psiquiatra suíço, não pode ser completa sem Deus.






Rocha, Carolina. O Sabá do Sertão: Feiticeiras, Demônios e Jesuítas no Piauí Colonial (1750-1758). Jundiaí, Paco Editorial: 2015.

Durante toda Idade Média e Moderna o tema da natural inclinação feminina para os comportamentos desviantes fazia parte do programa educacional de padres e religiosos das mais variadas ordens. Os médicos também reafirmaram em seus escritos a inferioridade física e moral das mulheres, e os juristas, igualmente, deram sua contribuição para reforçar a inferioridade estrutural do sexo feminino. A produção literária e a iconografia da Renascença foram da mesma forma hostis à condição feminina. O livro resgata a história de duas escravas mestiças, Joana e Custódia de Abreu, que assumiram participar de encontros noturnos firmados por pactos diabólicos no Piauí colonial. Mulheres mestiças, descendentes de escravos africanos e indígenas, pobres e imersas numa sociedade misógina, opressora e extremamente híbrida, com interconexão de cultos e culturas diversas, de origem africana, indígena e europeia. O documento é original, porque raramente se ouviu falar de um sabá de feiticeiras na colônia e muito rico porque representa o resultado da confluência de diversas crenças mágico-religiosas, que se aproximam ora da magia popular, ora dos calundus coloniais e ora do sabá europeu. Ao mesmo tempo, é preciso problematizar que essas mulheres confessaram sua "heresia" a um homem, jesuíta, que escreveu uma carta e encaminhou para Inquisição. Então, ao mesmo tempo em que trata de religiosidade popular, o livro também trata da condição subjugada das mulheres, principalmente das negras e indígenas, escravizadas durante a colonização. O trabalho possibilitou o aprofundamento dos estudos sobre a plural e multifacetada religiosidade popular brasileira construída no Brasil, em vias de transformações e mutações até os dias de hoje. Uma religião sincrética partilhada por ameríndios, africanos, mestiços e europeus, e na qual uso da “feitiçaria” era constante, seja para resolver problemas práticos do dia-a-dia, seja para conquistar benesses materiais ou ainda como forma de resistência ao sistema escravista e a dominação portuguesa. O livro analisa historicamente a segunda metade do século XVIII, mas os temas são totalmente atuais: misoginia, demonização de práticas religiosas, pluralidade religiosa, escravidão, dentre outros. Prova de que a história sempre se faz presente e precisamos valorizá-la. 





A obra dedica-se explicar e a resgatar o conceito filosófico ioruba sobre Orí (a cabeça) e por qual motivo é considerada como uma divindade. O livro apresenta os mitos (ìtàn), rezas (àdúra), esclarecendo os elementos usados neste culto, bem como revela vários tipos de oferendas a Orí (Borí) e suas finalidades. Antes de revelar o conceito de Orí propriamente dito, o autor propõe uma viagem ao mundo ioruba, a fim de conhecer não somente as liturgias utilizadas pelos iorubas no culto a Orí, mas como era a “cabeça” daquele povo: seus costumes, sua organização social, normas legais, relações conjugais, ética, estética, religiosidade, comportamento, a formação dos principais reinos iorubas e a criação dos mitos. O livro ensina a relação teológica, sob o ponto de vista ioruba, entre Orí e destino, os Orixás, o Criador e o livre arbítrio. A obra ainda esclarece quais divindades compõem o panteão dos deuses iorubas cultuados no Candomblé, bem como a história das cidades nas quais originaram-se seus respectivos cultos. Desta forma, o livro mostra-se não restrito ao campo religioso, mas consistente no cunho histórico-cultural, sendo útil a todos aqueles interessados no assunto, pesquisadores, professores e militantes da implementação da Lei 10.639/02. Os fatos históricos são fundamentados por datas, eras e épocas, permitindo ao leitor compreender o que se passava no contexto africano, simultaneamente ao que ocorria no mundo ocidental.





Questões étnico-religiosas, sociais e de gênero: uma reafirmação das minorias historicamente excluídas a partir da análise crítica da comunidade da Galácia (GL 3,26-28) no primeiro século.

A presente obra busca fazer uma análise sobre os diversos aspectos exegéticos, teológicos e histórico-sociais que envolvem essa pequena perícope da Carta aos Gálatas (Gl 3,26-28) no primeiro século, buscando assim combater toda forma de violência e preconceitos  assimétrico quanto as Questões Étnico-Religiosa, Sociais e de Gênero. A referida missiva possui uma mensagem clara com princípio, meio e fim; Sendo, portanto, elemento de reflexão útil para a sociedade hodierna refletir sobre suas práticas e implicações do encontro de fé nas escrituras. No primeiro momento é oferecida uma séria de informações gerais que ambientam a perícope dentro do seu cosmos, trabalhar as questões que remontam o Império Romano, as diferenças presentes nas comunidades da Galácia, os conflitos religiosos envolvendo judeus e pagãos, as questões tangentes sociais envolvendo os escravos e livres, assim como os  aspectos de discriminação e exclusão na relação homem e mulher. As questões étnico-religiosas envolvendo judeus e gregos, estruturas e questões sociais envolvendo escravos e livres, e questões de gênero no tocante às diferentes percepções culturais sobre homens e mulheres são destacadas com a finalidade de lançar luz sobre tais fatos e assim perceber a diversidade de tais nas culturas judaica, grega, romana.  Existe na obra a ideia é problematizar pedagogicamente as questões aparentemente claras e resolvidas e com isso provocar uma ambientação mais geral do que central, evidenciando as implicações entre fé, preconceito e uma possível proposta de hermenêutica libertadora.









QUINTANA, Eduardo. ÈKÓOLÉ: No candomblé também se educa. Jundiaí, SP: Paco Editorial: 2016. 264 p.

No livro ÈKÓOLÉ: no candomblé também se educa, não é apenas uma obra que busca discutir a relação da escola com o terreiro de candomblé. Suas linhas possuem o mérito de transitar em ambos os espaços – escola e terreiro - construindo interfaces emancipatórias nas suas experiências cotidianas, a partir das falas dos candomblecistas, particularmente sob o diapasão dos pais dos estudantes. Nele o autor apresenta resultados de sua pesquisa de Doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense (PPGE-UFF) que teve como objetivo discutir a relação da escola com o terreiro de candomblé, a partir de referenciais teórico-metodológicos da Sociologia da Educação e do campo das religiões de matrizes africanas. A obra analisa a relação da escola formal com o terreiro, sendo este último um importante ethos para se pensar a educação promovida nesses espaços. Para tanto as categorias “Religião” e “Escola” se interseccionam ao longo do texto para mostrar que o ato de educar está para além das instituições formais, revelando currículos forjados nas construções individual e coletiva entre as pessoas que frequentam o terreiro. A leitura do texto provoca interlocução com as pesquisas em andamento sobre os espaços não-formais de aprendizagem bem como enfatiza as potencialidades das pedagogias alternativas advindas das comunidades negras e de suas tradições como coletivos constituídos pelas manifestações afro-brasileiras. Pode ser interpretado como contribuição relevante para o campo da Educação das Relações Étnico-Raciais e, para o campo da Sociologia da Educação, em sentido mais amplo. Apontam para novas possibilidades metodológicas que ampliam do diálogo com outros sujeitos e espaços de produção de saberes e de processos de aprendizagem existentes no terreiro de candomblé. Deste modo, a escritura do autor é original e comprometida já que o mesmo circula entre o universo de candomblé e da academia. Tal fato leva à conclusão de que o processo educacional tecido no candomblé é emancipador, formativo, sobretudo, político na medida em que seus participantes não apenas aprendem e apreendem, mas deixam marcas da cultura tradicional africana nas diversas diásporas.





Guimarães, C. A arte de cuidar: espiritualidade do cuidado na relação mãe bebê. São Paulo: Fonte, 2016.


A espiritualidade do cuidado é um conceito novo que vem sendo trabalhado de forma ampla em diferentes áreas de saber, dentre elas, Saúde, Ciências Sociais, Filosofia, Ciências da Religião e Teologia. Leonardo Boff favorece uma compreensão de espiritualidade que não se restringe ao campo religioso. Busca entender o que é o espírito e a partir dele, expandir a percepção do que é o humano e sua tradução num corpo que se percebe como vivo. Neste contexto, o cuidado é considerado o fundamento do ser no humano. A presente pesquisa versa sobre como atitudes de cuidado que emergem a partir de uma consciência de espiritualidade cotidiana podem transformar a qualidade da interação entre mães e filhos, desde a fecundação até a primeira infância da criança. Dedica-se especial atenção ao processo do nascimento. Pois, nascer é cruzar o véu que separa duas formas de existir. Do ponto de vista espiritual conceber, gestar e parir um ser humano significa a renovação da vida em sua essência mais primitiva. A possibilidade de vivenciar esse momento a partir de uma conexão com sua parcela de mistério tem sido relatada como experiência potente de transformação individual, familiar e social. Investiga-se também as atitudes de cuidado de profissionais de saúde envolvidos com gestação e parto, bem como em homens e mulheres que se dedicam ao cuidado com bebês. O emocionar que emerge do nascer em plenitude cria valores sociais humanos ligados a uma confiança primordial que contribui para a vivência espiritual ligada ao cotidiano e ao cuidado.